domingo, 15 de setembro de 2013

✫O que foi /O que representou para o Brasil:

A Semana de Arte Moderna, também chamada de Semana de 22, ocorreu em São Paulo no ano de 1922, nos dias 11 a 18 de fevereiro, no Teatro Municipal da cidade.
         
Apesar do designativo "semana", o evento ocorreu em cinco dias. Cada dia da semana trabalhou um aspecto cultural:pintura , escultura, poesia, literatura e música. O evento marcou o início do modernismo no Brasil e tornou-se referência cultural do século XX.

O presidente do estado de São Paulo à época, Washington Luís, apoiou o movimento, especialmente por meio de René Thiollier, que solicitou patrocínio para trazer os artistas doRio de Janeiro Plínio Salgado e Menotti Del Pichia, membros de seu partido, o Partido Republicano Paulista.
A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo. O evento marcou época ao apresentar novas ideias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento deorquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas,esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos. O adjetivo "novo" passou a ser marcado em todas estas manifestações que propunha algo no mínimo curioso e de interesse.
Participaram da Semana nomes consagrados domodernismo brasileiro, como Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Víctor Brecheret, Plínio Salgado, Anita Malfatti,Menotti Del Pichia, Guilherme de Almeida, Sérgio Milliet,Heitor Villa-Lobos,Tácito de Almeida, Di Cavalcanti entre outros, e como um dos organizadores o intelectual Rubens Borba de Moraes que, entretanto, por estar doente, dela não participou. Na ocasião da Semana de Arte Moderna, Tarsila do Amaral, considerada um dos grandes pilares do modernismo brasileiro, se achava em Paris e, por esse motivo, não participou do evento.
Muitos dos idealizadores do evento eram quatrocentões.
A Semana de Arte moderna ocorreu em uma época cheia de turbulências políticas, sociais, econômicas e culturais. As novas vanguardas estéticas surgiam e o mundo se espantava com as novas linguagens desprovidas de regras. Alvo de críticas e em parte ignorada, a Semana não foi bem entendida em sua época. A Semana de Arte Moderna se encaixa no contexto da República Velha (1889-1930), controlada pelas oligarquias cafeeiras - as famílias quatrocentonas - e pela política do café com leite (1898-1930). O capitalismo crescia no Brasil, consolidando a república e a elite paulista, esta totalmente influenciada pelos padrões estéticos europeus mais tradicionais.
Seu objetivo era renovar o ambiente artístico e cultural da cidade com "a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual", como informava o Correio Paulistano, órgão do partido governista paulista, em 29 de janeiro de 1922.

FONTE  http://www.brasilescola.com/literatura/artistas-da-arte-moderna.htm
              http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/semana22/artistas.htm
              http://www.pinturasemtela.com.br/obras-apresentadas-na-semana-da-arte-moderna-de-1922/

              http://www.suapesquisa.com/artesliteratura/artemoderna/

» Programação

13.fev.1922 — A Semana de Arte Moderna é inaugurada no Teatro Municipal de São Paulo com palestra do escritor Graça Aranha, ilustrada por comentários musicais e poemas de Guilherme de Almeida. O primeiro dia corre sem tropeços. Depois da longa e erudita fala de Aranha, um conjunto de câmara ocupa o palco para executar obras de Villa-Lobos. Após o intervalo, Ronald de Carvalho discursa sobre pintura e escultura modernas. A platéia começa a se manifestar. Diante dos zurros do público, Ronald de Carvalho devolve: "Cada um fala com a voz que Deus lhe deu." O gran finale surge na forma de um recital de música comandado pelo maestro Ernani Braga
15.fev.1922  A noite que celebrizou a semana começa com um discurso de Menotti del Picchia sobre romancistas contemporâneos, acompanhado por leitura de poesias e números de dança. É aplaudido. Mas, quando é anunciado Oswald de Andrade, começam as vaias e insultos na platéia, que só param quando sobe ao palco a aclamada pianista Guiomar Novaes. Heitor Villa-Lobos se apresenta no palco do Municipal apoiado em um guarda-chuva e calçando chinelos
17.fev.1922 — A última noite da programação é totalmente dedicada à música de Villa-Lobos. As vaias continuam até que a maioria pede silêncio para ouvir Villa-Lobos. Os instrumentistas tentam executar as peças incluídas no programa apesar do barulho feito pelos espectadores e levam o recital até o fim
 Logo após os bulhentos espetáculos do Teatro Municipal, é lançada a revista "Klaxon", que divulga as produções da nova escola. Calcados no êxito conseguido com as agitadas noites de fevereiro, os jovens artistas conseguem espaço e estímulo para, ainda em 1922, dar continuidade ao seu trabalho. Mário de Andrade lança "Paulicéia Desvairada", o livro de poesias no qual todos os procedimentos poéticos mais arrojados eram expostos e reunidos pela primeira vez. Oswald de Andrade lança "Os Condenados".

» Principais Poemas e seus Autores

Com certeza um dos acontecimentos mais importantes para que o mundo artístico pudesse ter um grande impulso no Brasil, a Semana da Arte Moderna aconteceu em 1922 no Teatro Municipal de São Paulo, onde muitas obras foram apresentadas num período de três dias. O maior objetivo que foi imposto pela Semana da Arte Moderna era fazer com que o padrão de estilo acadêmico para obras fosse retirado das tradições no Brasil, oferecendo assim uma nova era com artes mais renovadas.
1x1.trans Obras Apresentadas na Semana da Arte Moderna de 1922
A Semana da Arte Moderna teve três dias de duração, no primeiro dia (13/02/1922) foram apresentadas obras de pintura e escultura, no segundo dia (15/02/1922) foram apresentadas obras de poesia e literatura, e no terceiro dia (17/02/1922) foram apresentadas obras musicais. Uma das idéias que os responsáveis pelo evento queriam transmitir para o público, era atualizar a cultura artística do Brasil, para que assim a visão fosse ampla.
Veja abaixo um breve resumo com imagens de obras apresentadas em cada dia da Semana de Arte Moderna:
Graça Aranha pronunciou uma conferência tendo como tema “A Emoção Estética na Arte”, ela elogiou e comentou sobre várias obras de arte expostas, principalmentequadros pintados por grandes nomes;
1x1.trans Obras Apresentadas na Semana da Arte Moderna de 1922
Mario de Andrade – Anita Malfatti
1x1.trans Obras Apresentadas na Semana da Arte Moderna de 1922
A Estudante Russa – Anita Malfatti

 Oswald de Andrade apresentou vários de seus poemas e Mário de Andrade fez um discurso literário sobre o tema “A escrava não é Isaura”;
1x1.trans Obras Apresentadas na Semana da Arte Moderna de 1922
Brasil – Oswald de Andrade
1x1.trans Obras Apresentadas na Semana da Arte Moderna de 1922
Beleza – Menotti Del Picchia

Ronald de Carvalho leu um poema de Manuel Bandeira, o qual não comparecera ao teatro por motivos de saúde: Os sapos. Trata-se de uma ironia corrosiva aos parnasianos, que ainda dominavam o gosto do público. Este reage através de vaias, gritos, patadas, interrompendo a sessão.

Os Sapos


Enfunando os papos,

Saem da penumbra
Aos pulos, os sapos.
A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,
Berra o sapo-boi:
- "Meu pai foi à guerra!"
- "Não foi!" -- "Foi!" -- "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,
Parnasiano aguado,
Diz: - "Meu cancioneiro
É bem martelado.
Vede como primo
Em comer os hiatos!
Que arte! E nunca rimo
Os termos cognatos.
O meu verso é bom
Frumento sem joio
Faço rimas com
Consoantes de apoio.
Vai por cinqüenta anos
Que lhes dei a norma:
Reduzi sem danos
A formas a forma.
Clame a saparia
Em críticas céticas:
Não há mais poesia
Mas há artes poéticas . . ."
Urra o sapo-boi:
- "Meu pai foi rei" - "Foi!"
- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!"
Brada em um assomo
O sapo-tanoeiro:
- "A grande arte é como
Lavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário.
Tudo quanto é belo,
Tudo quanto é vário,
Canta no martelo."
Outros, sapos-pipas
(Um mal em si cabe),
Falam pelas tripas:
- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".
Longe dessa grita,
Lá onde mais densa
A noite infinita
Verte a sombra imensa;
Lá, fugindo ao mundo,
Sem glória, sem fé,
No perau profundo
E solitário, é
Que soluças tu,
Transido de frio,
Sapo cururu
Da beira do rio...”
“O Modernismo, no Brasil, foi uma ruptura, foi um abandono de princípios e de técnicas consequentes, foi uma revolta contra o que era a Inteligência nacional”.

Abaixo, transcreveremos os poemas “Poética” e “Ode ao Burguês”, respectivamente, de autoria de Manuel Bandeira e Mário de Andrade. Esses poemas foram verdadeiros “hinos” modernistas. Concluiremos que “Poética” não apresenta versos metrificados, na verdade, Bandeira faz o uso de versos propositadamente longos. Em “Ode ao burguês”, Mário de Andrade nos dá a ideia da dimensão da crítica social que marca a arte moderna.


Poética


“Estou farto do lirismo comedido

Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e [manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo [de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem    [modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.”


Ode ao Burguês


Eu insulto o burguês! O burguês-níquel

o burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! O homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco!

Eu insulto as aristocracias cautelosas!

Os barões lampiões! Os condes Joões! Os duques zurros!
Que vivem dentro de muros sem pulos,
e gemem sangue de alguns mil-réis fracos
para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
e tocam os “Printemps” com as unhas!

Eu insulto o burguês-funesto!

O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará sol? Choverá? Arlequinal!
Mas as chuvas dos rosais
O êxtase fará sempre Sol!

Morte à gordura!

Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
Ao burguês-cinema! Ao burguês-tílburi!
Padaria Suíssa! Morte viva ao Adriano!
_ Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
_ Um colar... _ Conto e quinhentos!!!
 Más nós morremos de fome!

Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma!

Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos na ventas! oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte á infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!
Ódios aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante!

Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!

Morte ao burguês de giolhos,
cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!
Fora! Fu! Fora o bom burguês!...”

FONTE http://www.pinturasemtela.com.br/obras-apresentadas-na-semana-da-arte-moderna-de-1922/
                     http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3206331

» Personagens Principais da Semana de Arte Moderna

Semana de Arte Moderna que aconteceu nos dias 13,15 e 17 de fevereiro no Teatro Municipal em São Paulo,reuniu diversos escritores e artistas.
 Jovens artistas contestadores que,com o tempo,se tornaram eles próprios,clássicos.
                                                                             Oswald de Andrade
                                                
Oswald de Andrade (1890-1954) foi o mais transgressor e experimental dos modernistas, autor de irônicos discursos e artigos de ataque aos “passadistas”, nos meses próximos à Semana de 1922, da qual foi um dos idealizadores. “A alegria é a prova dos nove”, declarou no “Manifesto Antropófago” de 1928, que defendia de forma poética uma língua brasileira e a metáfora do canibalismo do índio que deglute o estrangeiro. Era a ideia de antropofagia como caminho para a cultura brasileira, reaproriada pela Tropicália nos anos 1960. Esse projeto construtivo de um modernismo ligado à brasilidade já tinha se anunciado no “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”, de 1924, que deu origem ao livro “Pau-Brasil”, publicado no ano seguinte.

                                                 Anita Malfatti
                                                   

Em 1917, depois de estudar pintura em Berlim — onde teve contato com o expressionismo alemão — e Nova York, Anita Malfatti (1889-1964) fez a primeira exposição no país a se autodenominar “moderna”. A mostra entrou para a História pela crítica feroz de Monteiro Lobato, que condenou sua “arte caricatural” tipicamente europeia, vinculando-a à perturbação mental. Já para Oswald de Andrade, sua pintura causava “impressão de originalidade e de diferente visão”. Cinco anos depois, Anita foi uma das principais atrações da exposição que abriu a Semana deArte Moderna, com telas como “O homem amarelo”, “A estudante russa” e “A ventania”. A maior parte dessas obras, no entanto, era de anos anteriores, porque em 1922 Anita já tinha voltado à pintar de forma mais convencional.
                                                                        Mário de Andrade
                                  
Um dos principais articuladores da Semana, Mário de Andrade (1893-1945) foi um teórico central do modernismo brasileiro. O prefácio de “Pauliceia desvairada”, publicado pouco depois da Semana, inspirou a fase inicial do movimento. A pesquisa folclórica e a linguagem inventiva de “Macunaíma” (1928) definiram o lugar que o modernismo ocupa até hoje no imaginário nacional. Nas décadas seguintes, foi interlocutor de autores das novas gerações, como Drummond e Sabino, e publicou trabalhos importantes sobre música tradicional brasileira.
                                                                        Menotti del Picchia
Publicado em 1917, o poema “Juca Mulato”, de Menotti del Picchia (1892-1988) chamou atenção por mesclar formas clássicas, disposição gráfica ousada e temas nacionais. Em 1922, teve atuação incendiária na Semana, com uma palestra sobre estética modernista que recebeu aplausos entusiasmados e vaias indignadas. Mais tarde, alinhou-se a um ramo nacionalista do movimento, o “verde-amarelismo”, com Cassiano Ricardo e Plinio Salgado (que também participou da Semana e, em 1932, fundou a Ação Integralista Brasileira, de extrema-direita).

                                                Heitor Villa-Lobos
         

Se a Semana de 1922 foi um evento de São Paulo, sua grande estrela foi um carioca. Convocado pelos modernistas paulistas em Vviagem ao Rio, Heitor Villa-Lobos (1887-1959) teve 20 composições interpretadas nos três dias de programação, e um dia todo dedicado a ele, único compositor brasileiro na Semana. Foi aplaudido e também vaiado, pela estranheza causada pelos tambores e instrumentos populares de congado incorporados à orquestra. Mais do que a participação intensiva na semana, a importância do maestro para o modernismo brasileiro está na criação de uma linguagem própria na música nacional, unindo elementos de músicas folclóricas e indígenas já no fim dos anos 1910.
                                                   Manuel Bandeira
                  
O pernambucano Manuel Bandeira (1886-1968) já era um poeta estabelecido na época da Semana. Na década anterior, difundira o verso livre em textos críticos e em obras como “Carnaval”, de 1919. Doente, não pôde ir a São Paulo para o evento, mas os modernistas escolheram seu poema “Os sapos” como uma espécie de declaração de princípios. Publicou algumas das principais obras da poesia brasileira da primeira metade do século XX, como “Libertinagem” (1930) e “Estrela da Manhã” (1936).
                                                                      Paulo Prado
                                  
Homem de negócios apaixonado pelas artes, milionário que se julgava de esquerda, historiador amador que se sentiu à vontade entre os jovens modernistas, Paulo Prado (1869-1943) é um personagem essencial e pouco lembrado do modernismo. Rico cafeicultor, foi o principal mecenas da Semana de 22 e um interlocutor fundamental para seus integrantes: assinou o prefácio de “Pau-Brasil”, de Oswald de Andrade, e colaborou tanto com a concepção de “Macunaíma” que Mário de Andrade dedicou o romance a ele.
                                                                                   Ronald de Carvalho
                          
Poeta hoje pouco lido, Ronald de Carvalho (1893-1935) costuma ser mais lembrado por seu papel algo insólito na Semana de 22. Com a ausência de Manuel Bandeira, doente, coube a ele receber as vaias pela leitura do poema “Os sapos”. Foi um dos poucos brasileiros a manter contato com o modernismo português, participando do 1 número da revista “Orpheu” (1915), que publicou poemas vanguardistas de Fernando Pessoa.
                                                                                                   Di Calvanti
                                   
Foi de Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976) a ideia da realização de uma Semana de Arte Moderna em São Paulo — é o que conta a maior parte das versões de uma história repleta delas. Naquele momento, ele era um artista diferente daquele que se tornaria célebre com a pintura de paisagens brasileiras, retratos de mulatas e preocupação social. Di Cavalcanti apresentou sobretudo desenhos e pastéis na exposição da Semana de 1922, além de ter sido o autor de seu cartaz e da capa do catálogo com a programação. Em seus anos mais experimentais, Di criou ilustrações para revistas modernistas como a “Klaxon” e para livros como “Carnaval”, obra de Manuel Bandeira cujo poema “Os sapos” foi lido durante a Semana e chocou parte da plateia.
                                                                          Victor Brecheret
                                    
                                                   
Nascido Vittorio em Farnese, na Itália, Victor Brecheret (1894-1955) foi adotado pelo grupo modernista como o “Rodin brasileiro”, o representante da escultura na exposição da Semana de Arte Moderna de 1922. Na década de 1910, Brecheret estudou artes no Liceu de Artes e Ofícios, orgulho da São Paulo que se modernizava, e depois em Roma. De volta à capital paulista, o artista se destacou num ambiente de poucas experimentações na escultura. Em 1954, o desbravamento do país pelos bandeirantes, tão valorizado pelos modernistas paulistas, foi retratado por Brecheret na obra “Monumento às bandeiras”, no Parque do Ibirapuera, nas comemorações dos 400 anos de São Paulo.

                                                                           Tarsila do Amaral

                                                   
Tarsila do Amaral nasceu em Capivari, no estado de São Paulo, em 1886 e faleceu em 1973, na cidade de São Paulo. Em 1916 começou sua vida artística por acaso, quando aprendeu modelagem com Zadig e Mantovani. No ano seguinte, motivada por grande interesse pela pintura, Tarsila começou a ter aulas com Pedro Alexandrino e, em 1920, viajou para Paris, onde se matriculou na Academia Julian. Retornou a São Paulo em 1922, sob um clima de mudança artística e cultural. Mediante seu reencontro com Anita, resolveram se juntar a Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, e fundar o chamado grupo dos cinco, procurando manter viva a intenção proposta pela Semana de 22.  
No final da década de 1920, Tarsila criou os movimentos Pau-brasil e Antropofágico, ambos defendendo a ideia de que o artista deveria sim conhecer bem a arte europeia, contudo deveria criar uma estética genuinamente brasileira. 
Ainda em 1923 retornou à Europa, onde manteve contato com diferentes artistas ligados ao movimento modernista europeu. No ano de 1926, casou-se com Oswald de Andrade, vindo a se separar em 1930. Entre 1920 e 1930 pintou suas obras de maior valor cultural, as quais lhe conceberam grande reconhecimento no mundo das artes: Abaporu (1928) e Operários (1933). Entre os elementos que refletiram em sua temática artística podemos citar o uso de cores vivas, a abordagem de temas sociais e cotidianos e paisagens brasileiras, o uso de formas geométricas (influência cubista) e uso de uma estética considerada fora do padrão (influência surrealista na fase antropofágica).
Veio a falecer em 1973, em São Paulo, deixando uma vastíssima obra que lhe concedeu o título de uma das maiores figuras artísticas brasileiras de todos os tempos.
Literatura:
Mário de Andrade - Oswald de Andrade - Graça Aranha - Ronald de Carvalho -
Menotti del Picchia - Guilherme de Almeida - Sérgio Milliett

FONTE  http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=1299
             http://www.brasilescola.com/literatura/artistas-da-arte-moderna.htm
             http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/os-90-anos-da-semana-de-arte-moderna