domingo, 15 de setembro de 2013

» Personagens Principais da Semana de Arte Moderna

Semana de Arte Moderna que aconteceu nos dias 13,15 e 17 de fevereiro no Teatro Municipal em São Paulo,reuniu diversos escritores e artistas.
 Jovens artistas contestadores que,com o tempo,se tornaram eles próprios,clássicos.
                                                                             Oswald de Andrade
                                                
Oswald de Andrade (1890-1954) foi o mais transgressor e experimental dos modernistas, autor de irônicos discursos e artigos de ataque aos “passadistas”, nos meses próximos à Semana de 1922, da qual foi um dos idealizadores. “A alegria é a prova dos nove”, declarou no “Manifesto Antropófago” de 1928, que defendia de forma poética uma língua brasileira e a metáfora do canibalismo do índio que deglute o estrangeiro. Era a ideia de antropofagia como caminho para a cultura brasileira, reaproriada pela Tropicália nos anos 1960. Esse projeto construtivo de um modernismo ligado à brasilidade já tinha se anunciado no “Manifesto da Poesia Pau-Brasil”, de 1924, que deu origem ao livro “Pau-Brasil”, publicado no ano seguinte.

                                                 Anita Malfatti
                                                   

Em 1917, depois de estudar pintura em Berlim — onde teve contato com o expressionismo alemão — e Nova York, Anita Malfatti (1889-1964) fez a primeira exposição no país a se autodenominar “moderna”. A mostra entrou para a História pela crítica feroz de Monteiro Lobato, que condenou sua “arte caricatural” tipicamente europeia, vinculando-a à perturbação mental. Já para Oswald de Andrade, sua pintura causava “impressão de originalidade e de diferente visão”. Cinco anos depois, Anita foi uma das principais atrações da exposição que abriu a Semana deArte Moderna, com telas como “O homem amarelo”, “A estudante russa” e “A ventania”. A maior parte dessas obras, no entanto, era de anos anteriores, porque em 1922 Anita já tinha voltado à pintar de forma mais convencional.
                                                                        Mário de Andrade
                                  
Um dos principais articuladores da Semana, Mário de Andrade (1893-1945) foi um teórico central do modernismo brasileiro. O prefácio de “Pauliceia desvairada”, publicado pouco depois da Semana, inspirou a fase inicial do movimento. A pesquisa folclórica e a linguagem inventiva de “Macunaíma” (1928) definiram o lugar que o modernismo ocupa até hoje no imaginário nacional. Nas décadas seguintes, foi interlocutor de autores das novas gerações, como Drummond e Sabino, e publicou trabalhos importantes sobre música tradicional brasileira.
                                                                        Menotti del Picchia
Publicado em 1917, o poema “Juca Mulato”, de Menotti del Picchia (1892-1988) chamou atenção por mesclar formas clássicas, disposição gráfica ousada e temas nacionais. Em 1922, teve atuação incendiária na Semana, com uma palestra sobre estética modernista que recebeu aplausos entusiasmados e vaias indignadas. Mais tarde, alinhou-se a um ramo nacionalista do movimento, o “verde-amarelismo”, com Cassiano Ricardo e Plinio Salgado (que também participou da Semana e, em 1932, fundou a Ação Integralista Brasileira, de extrema-direita).

                                                Heitor Villa-Lobos
         

Se a Semana de 1922 foi um evento de São Paulo, sua grande estrela foi um carioca. Convocado pelos modernistas paulistas em Vviagem ao Rio, Heitor Villa-Lobos (1887-1959) teve 20 composições interpretadas nos três dias de programação, e um dia todo dedicado a ele, único compositor brasileiro na Semana. Foi aplaudido e também vaiado, pela estranheza causada pelos tambores e instrumentos populares de congado incorporados à orquestra. Mais do que a participação intensiva na semana, a importância do maestro para o modernismo brasileiro está na criação de uma linguagem própria na música nacional, unindo elementos de músicas folclóricas e indígenas já no fim dos anos 1910.
                                                   Manuel Bandeira
                  
O pernambucano Manuel Bandeira (1886-1968) já era um poeta estabelecido na época da Semana. Na década anterior, difundira o verso livre em textos críticos e em obras como “Carnaval”, de 1919. Doente, não pôde ir a São Paulo para o evento, mas os modernistas escolheram seu poema “Os sapos” como uma espécie de declaração de princípios. Publicou algumas das principais obras da poesia brasileira da primeira metade do século XX, como “Libertinagem” (1930) e “Estrela da Manhã” (1936).
                                                                      Paulo Prado
                                  
Homem de negócios apaixonado pelas artes, milionário que se julgava de esquerda, historiador amador que se sentiu à vontade entre os jovens modernistas, Paulo Prado (1869-1943) é um personagem essencial e pouco lembrado do modernismo. Rico cafeicultor, foi o principal mecenas da Semana de 22 e um interlocutor fundamental para seus integrantes: assinou o prefácio de “Pau-Brasil”, de Oswald de Andrade, e colaborou tanto com a concepção de “Macunaíma” que Mário de Andrade dedicou o romance a ele.
                                                                                   Ronald de Carvalho
                          
Poeta hoje pouco lido, Ronald de Carvalho (1893-1935) costuma ser mais lembrado por seu papel algo insólito na Semana de 22. Com a ausência de Manuel Bandeira, doente, coube a ele receber as vaias pela leitura do poema “Os sapos”. Foi um dos poucos brasileiros a manter contato com o modernismo português, participando do 1 número da revista “Orpheu” (1915), que publicou poemas vanguardistas de Fernando Pessoa.
                                                                                                   Di Calvanti
                                   
Foi de Emiliano Di Cavalcanti (1897-1976) a ideia da realização de uma Semana de Arte Moderna em São Paulo — é o que conta a maior parte das versões de uma história repleta delas. Naquele momento, ele era um artista diferente daquele que se tornaria célebre com a pintura de paisagens brasileiras, retratos de mulatas e preocupação social. Di Cavalcanti apresentou sobretudo desenhos e pastéis na exposição da Semana de 1922, além de ter sido o autor de seu cartaz e da capa do catálogo com a programação. Em seus anos mais experimentais, Di criou ilustrações para revistas modernistas como a “Klaxon” e para livros como “Carnaval”, obra de Manuel Bandeira cujo poema “Os sapos” foi lido durante a Semana e chocou parte da plateia.
                                                                          Victor Brecheret
                                    
                                                   
Nascido Vittorio em Farnese, na Itália, Victor Brecheret (1894-1955) foi adotado pelo grupo modernista como o “Rodin brasileiro”, o representante da escultura na exposição da Semana de Arte Moderna de 1922. Na década de 1910, Brecheret estudou artes no Liceu de Artes e Ofícios, orgulho da São Paulo que se modernizava, e depois em Roma. De volta à capital paulista, o artista se destacou num ambiente de poucas experimentações na escultura. Em 1954, o desbravamento do país pelos bandeirantes, tão valorizado pelos modernistas paulistas, foi retratado por Brecheret na obra “Monumento às bandeiras”, no Parque do Ibirapuera, nas comemorações dos 400 anos de São Paulo.

                                                                           Tarsila do Amaral

                                                   
Tarsila do Amaral nasceu em Capivari, no estado de São Paulo, em 1886 e faleceu em 1973, na cidade de São Paulo. Em 1916 começou sua vida artística por acaso, quando aprendeu modelagem com Zadig e Mantovani. No ano seguinte, motivada por grande interesse pela pintura, Tarsila começou a ter aulas com Pedro Alexandrino e, em 1920, viajou para Paris, onde se matriculou na Academia Julian. Retornou a São Paulo em 1922, sob um clima de mudança artística e cultural. Mediante seu reencontro com Anita, resolveram se juntar a Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia, e fundar o chamado grupo dos cinco, procurando manter viva a intenção proposta pela Semana de 22.  
No final da década de 1920, Tarsila criou os movimentos Pau-brasil e Antropofágico, ambos defendendo a ideia de que o artista deveria sim conhecer bem a arte europeia, contudo deveria criar uma estética genuinamente brasileira. 
Ainda em 1923 retornou à Europa, onde manteve contato com diferentes artistas ligados ao movimento modernista europeu. No ano de 1926, casou-se com Oswald de Andrade, vindo a se separar em 1930. Entre 1920 e 1930 pintou suas obras de maior valor cultural, as quais lhe conceberam grande reconhecimento no mundo das artes: Abaporu (1928) e Operários (1933). Entre os elementos que refletiram em sua temática artística podemos citar o uso de cores vivas, a abordagem de temas sociais e cotidianos e paisagens brasileiras, o uso de formas geométricas (influência cubista) e uso de uma estética considerada fora do padrão (influência surrealista na fase antropofágica).
Veio a falecer em 1973, em São Paulo, deixando uma vastíssima obra que lhe concedeu o título de uma das maiores figuras artísticas brasileiras de todos os tempos.
Literatura:
Mário de Andrade - Oswald de Andrade - Graça Aranha - Ronald de Carvalho -
Menotti del Picchia - Guilherme de Almeida - Sérgio Milliett

FONTE  http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=1299
             http://www.brasilescola.com/literatura/artistas-da-arte-moderna.htm
             http://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/os-90-anos-da-semana-de-arte-moderna

9 comentários:

  1. Huuuummm! Adorei estava fazendo tambem um trabalho sobre autores da semana da arte moderna é esse serviu para fonte de pesquisa ;)

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  2. ''Os artistas brasileiros buscavam uma identidade própria e a liberdade de expressão; com este propósito, experimentavam diferentes caminhos sem definir nenhum padrão...A Semana da Arte Moderna representou uma nova forma da linguagem...'' E esse era o objetivo da Semana da Arte Moderna promover mudanças seja na pintura, música, escultura, literatura, entre outras formas de arte... gostei muito desse blogger ficou bem explicativo...

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  3. Vàrios artistas e vàrias obras diferentes foram apresentadas na Semana de Arte Moderna,e o que todos tinham em comum era a forma diferente e inovadora de se expressar.

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  4. os poemas são bastante interessante, e o mas importante e que falar sobre os artista e suas obras, e suas participações da arte moderna.

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  5. A Semana de Arte Moderna representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda, para o modernismo.

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  6. O que considerava-se interessante e moderno no século XX, hoje pode ser uma aberração antiecológica. Às vezes torna-se insuportável visitar museus contemporâneos e ver os aproveitamentos de material considerado reciclável ,Pelas perguntas que já fizeram sobre a Semana de Arte Moderna, é fácil de se concluir que, como era de se esperar, por causa da decadência do ensino no Brasil, o povo fosse perdendo de vista fatos importantes da nossa história de um modo geral e, principalmente, da história da Literatura brasileira.Esse desconhecimento referente à arte de escrever talvez possa ser justificado, também, em razão dos novos meios de comunicação que foram surgindo ao longo da história. Quando não havia televisão e o acesso a rádios era muito restrito, o livro era o meio pelo qual as pessoas se abasteciam de conhecimento e cultura. As novelas de hoje em dia substituíram, em parte significativa, o livro. Muita gente não atenta para o fato de que as novelas antes de irem para as telinhas passam obrigatoriamente pelo crivo laborioso da pena do escritor. De tal sorte que a arte de escrever continua, mas sem a abrangência que alcançava antigamente. Penso que pode ser essa uma das causas pelas quais nunca mais se viu um evento como aquele que aconteceu em 1922, chamado “Semana de Arte Moderna” cujo objetivo foi buscar novos caminhos para o desenvolvimento da Arte no Brasil.

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  7. O movimento artístico moderno ou contemporâneo é uma ruptura com os padrões utilizados pelo anterior, isto engloba todas as formas de expressões, sejam elas através da pintura, literatura, escultura, poesia , entre outras. Como ocorre com todo nosso mundo contemporâneo nem sempre o novo é bem aceito, isto foi bastante evidente no caso do Modernismo, que, a principio, chocou por fugir completamente da estética européia tradicional que influenciava os artistas brasileiros.

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  8. Gostei desse trabalho , Esse ficoi muito bom .. Irei passa-lo para os meus alunos . A Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo no ano de 1922, representou um marco no movimento modernista, mas não foi um acontecimento único nem isolado. O movimento modernista começou antes de 1922 e se prolongou pelas décadas seguintes. Caracterizou-se por um grande debate de idéias e de concepções estéticas, que marcou todos os aspectos da cultura brasileira, em especial a literatura, a arte e a música.

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